Contei as estrelas, contei as pessoas, contei a areia, contei as árvores e contei a Vida. Deixei para o fim aquilo que julgava ser pior e mais difícil de contar em número. Enganei-me, não seria a primeira vez, nem seria a última. Eram três as fases que definiam toda e qualquer vida, somente três, nisso éramos todos iguais.
Seriam e são elas a inspiração, o suster do ar e a expiração. Começando pelo inicio, é sempre este o ponto de partida, deparamos-nos com o abrir de uma porta, a oportunidade de se fazer e ser feito, somos um fruto de prazer, aparecemos e por muito ou pouco tempo que dure fazemos história, passamos a existir, a ser um, não mais um.
Sucede-se o suster da respiração que normalmente é o que nos define, pelo que pensamos ser e pelo o que nos vêm. Não devia ser, mas é, o enfadonho, a "subtilidade" acaba sempre por chegar à estrela mais (de)cadente, a fama, a má fama.
Convém acabarmos em grande esplendor, pensam todos, mas não, acabes como acabares, terminas sempre com uma última expiração, um último batimento cardíaco e no fim todos nós nos resumimos à insignificância, no fim todos nós seremos iguais tal como o fomos durante toda a vida, apenas estávamos cegos da cegueira de quem não queria ver. Acabamos. Expiramos. Nesta vida, só nesta, a outra não sei.
Sermão, esse, feito por mim.
Vocês são o tudo e o nada, vocês são preto no branco. Disso não irão passar, não se iludam, não julguem sequer, não é verdade. A vida, desde o primeiro segundo, é um ato egoísta, desde aí que usufruímos dela pensando como a única alma que paira, e assim o deve ser. Cada um deve ter direito a fazer o que bem entende com a única oportunidade de usufruir do ar, que tem. Infelizmente mentes alheias intrometem-se, e não nos deixam seguir o que eu julgo ser melhor, levando então à discriminação, ao ato de julgar, à superioridade...Mas quem somos nós? Em quê, somos melhores que os outros? E é aí, que peço que fechem os olhos, vêm somente o negro a invadir-vos a mente, à diferença? Não. A vida é uma estrutura igualmente dirigida a todos, não escolhe. Por isso, quem somos nós para escolher, se até a nossa "superiora" não o escolhe.
Foquem-se na igualdade, nas coisas em comum que temos, não nas divergências.
Mariana Ferreira
Nenhum comentário:
Postar um comentário