sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Página de diário

Nota Introdutória: quando escrevi este texto, deduzi que qualquer um pode ser um pregador desde que argumente (pregue) e alguém receba a sua mensagem. Por essa razão, escolhi esta personagem como pregadora.

Escreverei para mim. Bem sei que ninguém me ouvirá. Mas escreverei de qualquer modo, pois no fundo ainda conservo a esperança de que um dia seremos livres, e respeitadas em todo o mundo, por todos os homens.
Sou mulher, trabalho as mesmas horas que os homens da minha fábrica, e no entanto, recebo menos salário ao fim do mês. Trabalhamos o mesmo, mas eu sou mulher. Trabalhamos o mesmo mas, eu carrego vidas no ventre, trabalhamos o mesmo, mas eu tenho seios, e por isso, sou "fraca". Trabalhamos o mesmo, mas os meus direitos não estão consumados.
Escreverei, por isso, este manifesto, sermão ou súplica. O que lhe quiserem chamar. Este grito revoltante por todas as mulheres do mundo, que ninguém lerá. Ainda assim, eu, mulher operária sem instrução, falarei para Vós:

O homem nasceu da mulher. Se existem homens, teve de existir uma mulher que desse à luz o primeiro homem. 
Esse homem, que durante toda a história da humanidade a marginalizou e maltratou, por medo.
O homem, o seu filho, negligenciou-a. O seu filho julgou-a como animal irracional, sem alma, unicamente capaz de parir. Julgou-a e reprimiu-a de tal modo, que ela própria acabou por acreditar na sua suposta capacidade inferior relativamente ao homem. Esta crença induzida dominou-a, e continua a dominá-la, durante anos.
Poucas foram aquelas, ao longo da história, que se aperceberam da sua igual capacidade mental.
Oh, mulher forte e corrompida, presa ao leito pelo homem, quando acordarás?
Não desesperem, iguais, ajudar-vos-hei a acordar.
Em 2008, aquando das eleições para a presidência dos Estados Unidos, cerca de 25% da população masculina Norte Americana, afirmou que entre um presidente negro e uma mulher, ao menos que seja homem.
No Irão, o adultério praticado por ambos os sexos é punível com a morte: enterram-se os pecadores no chão, e atiram-se-lhes pedras, até que morram. No entanto, os homens são enterrados até à cintura e as mulheres até à altura das axilas. Quem conseguir soltar-se é ilibado.
Em algumas culturas Sul Americanas e Africanas, ainda é praticada a circuncisão feminina, que consiste no corte do clitóris das jovens, a sangue frio.
Para além da quantidade de infeções e problemas de saúde que a prática possa atrair, as mulheres são privadas do prazer sexual, que é, a sexualidade, uma característica inerente a qualquer ser humano, e ninguém deve ser privado dela. 
Nas sociedades Ocidentais, mulheres que tomam a decisão de ter um filho por inseminação artificial, sendo solteiras, são olhadas de lado.
Quando uma mulher veste uma mini-saia, nenhum homem usufrui do direito legal de a assediar. Ela é livre de vestir o que quiser.
Tudo isto são exemplos da opressão feminina nos dias de hoje, e não, meus caros leitores invisíveis, ainda não cruzei os braços a este sermão, muito tenho ainda para escrever.  



Alice dos Reis 11E 2011

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