domingo, 29 de janeiro de 2012

Página de diário

Dia 26 de outubro de 2011

     Hoje passei por uma loja de animas, e vi um pequeno peixe vermelho muito bonito. Parei para o ver melhor, para o admirar... e de repente ele parou por um segundo e fixou-me...
     Por um momento lembrei-me da imagem do Sermão do Padre António Vieira aos peixes.
     Todos aqueles pequenos seres com cérebros minúsculos a olhar para o Padre António Vieira, a sugar todas as suas palavras, o seu conhecimento, as suas ideias e convicções.
     O Padre António Vieira a dar um sermão aos peixes, seres que têm três segundos de memória... Claro que o sermão não é dirigido aos peixes. A imagem em si, é bastante  poderosa, e por mais ridícula que pareça, mostra um certo sentido de verdade.


Ana Rita Azevedo

2 comentários:

  1. No sabía que el padre Vieira hubiera sermoneado a los peces, pero sí que Francisco de Asís predicó a los gorriones (¿pardales?).
    Tengo fotografíadas algunas carpas y le puedo asegurar que cuando notan alguien se acercan. Será por pan, será por lo que sea, pero me hacen caso.
    Lindo texto.

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  2. Os filhos de Abraão

    Os gritos ainda ecoam
    Em cada canto, em cada trincheira,
    Em todos os túmulos.

    Restos mortais exibidos
    Como souvenires
    Enchem de orgulho
    O primitivo estágio ariano.

    O sangue do cordeiro
    Continua a jorrar
    No solo árido.

    Até que ponto a Bestialidade
    Deixará de existir em um mundo
    Que se deseja mais humano!

    Crente ou ateu
    Incrédulo ou cético,
    Auschwitz continua vivo em nossa memória:
    Um pesadelo que brotou
    E nunca mais se apagou.

    Inocentes ali pereceram,
    Sobreviventes dali morreram,
    Levaram todos para o túmulo
    O sacrifício dos filhos de Abraão.


    *Do livro (O Anjo e a Tempestade) de Agamenon Troyan

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