segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Os que partem e os que ficam

Nestes últimos dias, preparando as aulas da semana, tornou-se-me particularmente significativo este padrão nacional de partida, com as dramáticas consequências familiares, quer para os que ficavam, quer para os que partiam.
Os que ficavam, após anos e anos de solidão, acabavam por reorganizar as suas vidas, os que partiam, encontravam, ao regressar, a queda do seu anterior mundo. Outras vezes eram esses que lá por longe reconstituíam família.
Isto aconteceu durante as guerras medievais, mais tarde nos descobrimentos (Gil Vicente trata este tema), e mais recentemente com a guerra colonial e a ditadura.
O fenómeno está novamente a acontecer, com uma diferença a assinalar: as facilidades que temos atualmente, quer de comunicação, quer de deslocação. Tudo é muito mais rápido, mais imediato, mais presente. Estamos rede. Para o melhor e para o pior.
Hoje, o guerreiro teria estado permanentemente em contacto com a sua esposa através da Internet. Em plena guerra. Mas não sabemos o que é o melhor.

Nenhum comentário:

Postar um comentário